ATA DA SEGUNDA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 07-02-2002.

 


Aos sete dias do mês de fevereiro do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro e Raul Carrion, Titulares. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Nereu D’Avila, Sebastião Melo e Sofia Cavedon, Não-Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Na ocasião, face à inexistência de quórum deliberativo, deixou de ser votada a Ata de Instalação da Segunda Comissão Representativa. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências e os Pedidos de Informações nºs 007 e 008/02 (Processos nºs 0291 e 0292/02, respectivamente); pelo Vereador Ervino Besson, 02 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 021/02 (Processo nº 0423/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 038, 039, 040, 041, 046, 067, 068 e 069/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 001/02, do Vereador Natalício Morais, Presidente da Câmara Municipal de Cachoeira do Sul - RS; 001/02, do Vereador Valter Borba Machado, Presidente da Câmara Municipal de Marau - RS; 001/02, do Vereador Mauro Luiz Löbler, Presidente da Câmara Municipal de Dona Francisca - RS; 001/02, do Vereador Irio Miguel Stein, Presidente da Câmara Municipal de Sertão Santana - RS; 001/02, do Vereador Manoel Ribeiro Carpes, Presidente da Câmara Municipal de Manoel Viana - RS; 001/02, do Vereador Videu Meyer, Presidente da Câmara Municipal de Santo Cristo - RS; 002/02, do Vereador José dos Santos Rosa de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Santana da Boa Vista - RS; 002/02, do Vereador Jandir Haiduki, Presidente da Câmara Municipal de Paulo Bento - RS; 002/02, do Vereador Pedro Carlos Sauter, Presidente da Câmara Municipal de Toropi - RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib pronunciou-se sobre a necessidade de aplicação, pelo Governo Federal, dos recursos financeiros provenientes da arrecadação com jogos de loteria em projetos sociais e criticou a manutenção da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras - CPMF no País. Também, defendeu a destinação de verbas públicas, pelo Executivo Municipal, para a realização de obras de infra-estrutura na Cidade. O Vereador Juarez Pinheiro teceu considerações sobre matéria do jornalista José Barrionuevo, veiculada hoje no Jornal Zero Hora, acerca de visita realizada por integrantes da Bancada do Partido dos Trabalhadores ao Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Ainda, reportou-se ao pronunciamento do Vereador João Antonio Dib, no que diz respeito à aplicação de verbas públicas municipais no sistema financeiro nacional. O Vereador Ervino Besson saudou a comissão organizadora da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes pelo sucesso do evento, destacando o trabalho realizado pela imprensa na divulgação dessa festa e parabenizando a atuação da Brigada Militar durante essa festividade. Ainda, externou sua solidariedade ao Vereador José Fortunati no que se refere ao fato de Sua Excelência ter sido impedido de participar de atividade do Fórum Social Mundial 2002. O Vereador Antonio Hohlfeldt manifestou-se a respeito de denúncias de irregularidades administrativas ocorridas no Abrigo Municipal Ingá Brita. Também, discorreu sobre a possibilidade do Departamento Municipal de Águas e Esgoto - DMAE alterar as tarifas de fornecimento de água e de tratamento da rede de esgotos, enfatizando a importância da participação da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL no acompanhamento dessa questão. O Vereador Raul Carrion discorreu acerca de reunião havida entre Sua Excelência com o Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, salientando a postura do Partido Comunista do Brasil quanto à questão do apoio e reconhecimento a essa Presidência. Também, prestou esclarecimentos a respeito da situação enfrentada pelo Vereador José Fortunati, que teve impedida sua participação em seminário do Fórum Social Mundial 2002. A seguir, o Senhor Presidente comunicou o recebimento de credenciais de acesso ao camarote destinado a este Legislativo no Carnaval, solicitando que os Senhores Vereadores que tiverem interesse em acompanhar os desfiles entrem em contato com a Presidência da Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo teceu considerações acerca do Fórum Social Mundial 2002, destacando o apoio de Sua Excelência às questões debatidas no referido evento. Também, teceu críticas ao Executivo Municipal no que se refere ao envio, a esta Casa, de balanços das empresas públicas municipais, posicionando-se favoravelmente à realização de uma audiência pública com a finalidade de debater o aumento nas tarifas de ônibus e de água e esgotos. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Sebastião Melo, o que foi deferido pelo Senhor Presidente, após a anuência do Orador, tendo os Vereadores Juarez Pinheiro e Sebastião Melo formulado Questões de Ordem e manifestações sobre o assunto. Às dez horas e vinte e oito minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, que maravilhoso país é o nosso, o nosso Brasil, campeão dos impostos. E todos que fazem campanha política juram, prometem - e põem a mão sobre a Bíblia - que não vão propor novos impostos e não vão aumentar impostos, mas todos eles fazem isso. O nosso querido Brasil é o país da jogatina, e o jogo é proibido. Joga-se de manhã, de tarde, de noite, sete dias por semana - e, quando eu digo de noite, é toda a noite, e se joga de forma desenfreada.

Eu aprendi que quem joga por necessidade, perde por obrigação, e eu procuro não jogar. Então, não conheço a sena, a quina, loto e essas tantas formas que o governo tem de tomar o dinheiro do povo para fins sociais, e não chega aos fins sociais nunca, porque quando fazem a disputa, aí, de uma sena milionária, 33% chegam ao apostador, o resto fica pelo caminho, e ninguém sabe onde vai, porque a miséria campeia. Mas eu, que não jogo, porque acredito que quem joga por necessidade perde por obrigação, de repente, ontem, olhando uns papéis, eu vi que eu também jogo. Eu tenho três netos e à medida que nasceram eu resolvi fazer o BANRICAP, que é oferecido aqui dentro da Casa do Povo de Porto Alegre pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul, dizendo que era um investimento que se fazia mensalmente e que se corrigia, e que, no final, receberia de volta o dinheiro corrigido. Eu entendi que sendo do Banco - e o Banco vai informar bem os seus clientes –, era uma coisa correta; davam um prêmio mensalmente para os que ingressassem. Era uma forma de estimular a poupança porque, na realidade, é uma vergonha o que dão de rendimento para a poupança: 0,7, quando cobram quase que 0,7 ao dia no cheque-forte. Ontem, eu fui examinar: 100 reais mensais colocados em nome da minha neta, e eu vou terminar pagando 7 mil e 500 reais em sessenta meses, porque é corrigido, e eu fui olhar, e quando retornar vai retornar 6 mil e 300 reais. Até no Banco, que devia informar bem o cliente, eles obrigam a jogar quem não quer jogar, porque eu queria fazer uma conta de poupança; eu teria feito a conta de poupança, que era muito mais fácil para mim, e nem informam, eu tenho que andar procurando saber, e ontem eu procurei saber e, de repente, me descobri jogando.

E os impostos são cobrados de forma incrível. O Presidente da República, hoje, está chorando a CPMF: se não tiver a CPMF, o prejuízo do Brasil vai ser uma enormidade. Mas e os outros impostos? O que se faz com o dinheiro? Lá, dizem, na verdade, que o servidor público tem que pagar por isso aí, porque ele é que é o culpado, como se o servidor público fosse colocado ali porque - bom, bota mais um -, não houvesse necessidade.

E, também, ontem choveu bastante e a cidade outra vez alagou e o dinheiro em Porto Alegre está sobrando. Eu analiso os números, sempre, do honrado Prefeito de Porto Alegre, que disse, aí na Usina do Gasômetro - eu acho que está equivocado, ele tem que prestar contas na Câmara Municipal e não lá primeiro; primeiro aqui e depois lá – que gastou 126 milhões de reais em obras. Se no dia 31 de outubro ele tinha, no sistema financeiro, 145 milhões de reais aplicados como ajuda aos banqueiros, que o PT tanto critica; se ele tinha em caixa 48 bilhões de reais em conta corrente; se ele tinha 24 milhões de reais em conta vinculada, que é da III Perimetral, onde está o dinheiro que a Prefeitura tem e não aplica nas obras? Hoje, o Secretário de Obras - e não o Diretor do DEP - dizia que precisa de 22 milhões de reais para resolver o problema do Parque Moinhos de Vento. A Prefeitura tem esse dinheiro, então que resolva. Não é o Parque Moinhos de Vento que vai ter o seu problema resolvido: é todo o Bairro Auxiliadora, todo o Bairro Floresta, é todo o 4.º Distrito.

Vamos usar bem o dinheiro, vamos jogar menos e construir mais. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, nós da Bancada do Partido dos Trabalhadores fizemos, tão logo houve a posse do novo Presidente da Casa, Ver. José Fortunati, uma visita oficial da nossa Bancada através de uma representação de três Vereadores. O objetivo da visita foi transmitir ao novo Presidente da Casa a disposição do Partido dos Trabalhadores, Ver. João Carlos Nedel - que pertence à Mesa -, de colaborar nos trabalhos que serão desenvolvidos no presente ano, eis que esta é uma Casa plural, que tem na sua direção um coletivo de seis Vereadores, no qual a Bancada do Partido dos Trabalhadores está presente com a Ver.ª Helena Bonumá. Além disso, a Frente Popular conta, também, com o Ver. Carlos Alberto Garcia na Mesa Diretora.

Nos jornais de hoje há notícias relativas a essa visita que precisamos comentar. Em uma delas, constante no jornal Zero Hora, afirma-se que a visita foi em nome da governabilidade - e isto é correto - a Bancada do Partido dos Trabalhadores fez uma visita ao Presidente da Casa, com o objetivo de reafirmar seu compromisso com a governabilidade da Casa. A nota enumera os participantes, a Ver.ª Sofia Cavedon, este Vereador, o Líder da Bancada do PC do B, membro da Frente Popular, Ver. Raul Carrion, e a Ver.ª Helena Bonumá. Isso também é correto. Nesse artigo, o renomado Jornalista José Barrionuevo faz a observação de que a visita objetivava, também, superar atritos deixados pelo líder do Governo, que teria tentado, de todas as formas, impedir a eleição do ex-petista José Fortunati. Logicamente, essa notícia deve ter sido levada ao Jornalista José Barrionuevo de forma distorcida. Deve ter havido algum problema de comunicação, pois não corresponde ao objetivo da visita. De sublinhar-se que o Presidente da Casa - quero fazer o registro -, nos recebeu da forma mais digna possível. Foi uma reunião extremamente elegante, séria e responsável, tanto de parte da Bancada da Frente Popular quanto de parte do Presidente da Casa, Ver. José Fortunati.

O que nós fizemos nos últimos meses, nesta Casa, foi apenas buscar que fosse cumprido um acordo firmado pela maioria dos parlamentares. Havia o compromisso, mediante um acordo verbal e escrito, de que em 2002 a Bancada do Partido dos Trabalhadores, que faz parte da Frente Popular, ocuparia a Presidência da Casa. Pode até haver aí uma dúvida – e houve essa discussão –, se a interpretação seria do nome ou seria do bloco político, Ver. João Carlos Nedel. Apenas para argumentar, vamos dizer que o acordo estava baseado em nomes e não em blocos. Mas, lendo o acordo, verificamos que as Bancadas do Partido dos Trabalhadores, do PC do B e do PSB, teriam direito à ocupação de duas diretorias. Isso não aconteceu, mostrando, portanto, que o acordo foi rompido, foi rasgado e a palavra não foi cumprida! Mas nós já elaboramos isso. Houve uma grande discussão aqui, no dia 30, e, a partir da eleição do Ver. José Fortunati, soterramos esse debate. Ficaram, porém, logicamente, as nossas divergências políticas, as nossas inconformidades, retratadas, inclusive, nas abstenções do próprio Ver. João Antonio Dib e Ver. Pedro Américo Leal. Mas nós elaboramos isso. Importa registrar, de forma cabal, que a nossa luta não foi para impedir que o Ver. José Fortunati fosse o Presidente da Casa. A nossa luta foi para que o acordo escrito, assinado, a palavra dada fosse cumprida, e que a maior Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, pudesse ocupar o que era de direito, a Presidência da Casa. Não fizemos uma luta pessoal contra o Ver. José Fortunati.

Portanto, a matéria citada não corresponde totalmente à realidade dos fatos. Não culpo o próprio Jornalista, que tem procurado reportar as coisas que acontecem nesta Câmara, com o seu viés, com o seu modo de divulgar os fatos que acontecem, mas que tem, de certa forma, buscado retratar, com fidelidade, as notícias da nossa Casa.

Repetimos, a nossa luta não foi pessoal. Respeitamos o novo Presidente da Casa, Ver. José Fortunati. Sublinhamos ao nosso Presidente, ontem, durante a reunião, o nosso compromisso de compartilhar as obrigações que cabem aos trinta e três Vereadores. Logicamente, quem ocupa a Presidência, ou quem está na Mesa Diretora, como o Ver. João Carlos Nedel, tem compromissos a mais, mas todos nós, os trinta e três, temos responsabilidades. Isso foi transmitido ao Ver. José Fortunati, que, repito, nos recebeu com elegância, e o diálogo não foi como disse também esse menino, o Armando Burd, pela busca de cargos. Fomos lá, conforme assinalou José Barrionuevo, para tratar da governabilidade da Casa, sinalizando o nosso compromisso com os trabalhos que aqui se realizam.

De outra parte, Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª, meu amigo pessoal, fez uma tautologia sobre recursos orçamentários. Naturalmente, a Prefeitura recebe, diariamente, a contribuição constitucional legal dos tributos da sociedade, que são utilizados para o pagamento de pessoal, para investimentos, para despesas correntes, e os compromissos, inclusive com a Lei de Responsabilidade Fiscal, para a realização de investimentos estão gizados no Plano de Investimentos e colocados no Orçamento, e há que ter o acúmulo para o pagamento, inclusive, da folha no final do mês. Portanto, a inteligência do Ver. João Antonio Dib, que apanha um retrato do que se tem, eventualmente, numa conta bancária, de forma alguma sua inteligência vai possibilitar passar para a sociedade que o PT está fazendo caixa e não está fazendo os investimentos. Os investimentos são decididos pela população; estão de acordo com a própria Lei de Responsabilidade Fiscal, vinculados a esses investimentos, e aqueles créditos colocados na conta da Prefeitura logicamente não podem ficar sem serem atualizados, porque isso seria ir contra os interesses da própria Cidade. Eles estão lá para efetuar o pagamento de pessoal, para realização de obras e, é claro, precisam estar colocados em alguma conta e não vão ficar num cofre da Prefeitura. Os investimentos são decididos pela população, o Ver. João Antonio Dib sabe disso e de certa forma até concorda com isso, combinando a democracia representativa com a democracia direta. Fica aí, então, o nosso registro.

Gostaria de dizer, também, que para nós da Bancada do Partido dos Trabalhadores, ontem foi realizada uma reunião profícua com o Presidente da Casa, e esperamos que os resultados dela possam vir colaborar para que, neste ano legislativo, esta Casa possa, novamente, continuar sendo uma referência, não só neste Estado como no próprio país. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, é com muito orgulho que falo em nome da minha Bancada, o PDT. Falarei a respeito da festa de Nossa Senhora dos Navegantes, que aconteceu no último dia 2. Em nome da minha Bancada, quero parabenizar o Provedor, Aldo Besson, e toda a equipe que se envolveu com a festa durante todo o ano para que ela ocorresse de forma organizada como aconteceu. Não temos dúvidas de que essa é a maior festa cultural e religiosa da América. Também destacamos a grande presença das pessoas que participavam do Fórum Social Mundial, que deram uma grande contribuição para que essa festa acontecesse da forma como aconteceu. Só lamentamos o fato, como já foi amplamente divulgado pela imprensa e, inclusive, por esta Casa, que aconteceu com o Presidente desta Casa, Ver. José Fortunati, que seria um dos palestrantes em uma das oficinas. Ver.ª Sofia Cavedon, que me olha com a simpatia que Deus lhe deu, é um fato que temos que lamentar, porque o Ver. José Fortunati estava inscrito para ser painelista e, de repente, foi-lhe comunicado que não iria mais participar. Essa pessoa, digo, essas pessoas, porque uma pessoa só não teria essa atitude, tiveram uma decisão, lamentavelmente, política e não levaram em conta a história do Ver. José Fortunati como político - Deputado Estadual, Deputado Federal, Vice-Prefeito - e hoje como Presidente desta Casa, Casa que foi amplamente aberta para que o Fórum ocupasse suas instalações. O Ver. José Fortunati, como Presidente, deu todas as condições para que o Fórum, no que dependesse da Casa, ocupasse a sua estrutura. Fica, então, aqui o registro de que, eu tenho certeza, no próximo Fórum, o Ver. José Fortunati será o Governador do Estado, e essas pessoas, que tiveram essa atitude lamentável, hoje, talvez, estejam mordendo os dedos.

Nós tivemos oportunidade de falar com o cidadão, que, praticamente desenganado pelos médicos, graças a Deus, recuperou-se e fez 826 km de bicicleta, de Pinhais, no Paraná, para acompanhar a procissão em Porto Alegre. Isso foi amplamente divulgado pela nossa imprensa, inclusive pela CNN. Vários Vereadores estiveram lá presentes, o Presidente desta Casa, Ver. José Fortunati, o Governador e o Prefeito, enfim, toda a equipe de Governo. Tivemos a oportunidade de ver a apresentação da ópera - que coisa maravilhosa que emocionou tanta gente! E o sermão do nosso Arcebispo, Dom Dadeus Grings - que coisa mais linda! Portanto, foi um dia de encher os olhos e os corações de toda aquela multidão que esteve lá presente.

Também queremos destacar o trabalho da imprensa. A imprensa fez um trabalho orientando as pessoas, uma coisa que marcou todas aquelas pessoas que estiveram presentes, que acompanharam a procissão, todo o evento. Elas ficaram de uma forma assim, muito gratificada, por tudo que aconteceu lá, com a imprensa divulgando, dando relatos. Enfim, em todo o momento, as pessoas tiveram oportunidade de acompanhar a procissão através da orientação da imprensa.

Quanto à Brigada Militar, o Ver. Pedro Américo Leal, num dos seus últimos pronunciamentos aqui desta tribuna, no penúltimo, ele disse assim: “Deixem em paz a nossa polícia, deixem-na trabalhar!”

Então, fica aqui o reconhecimento pelo trabalho da nossa Polícia Civil, da nossa Brigada Militar, pois, com toda aquela multidão, não houve, na festa, um incidente sequer! Portanto, fica aqui este registro: deixem a nossa Brigada, deixem a nossa Polícia trabalhar da forma como são preparadas, porque nós temos gente extremamente competente! É só deixar eles trabalharem de uma forma tranqüila, que o serviço, não temos dúvida, ocorrerá de uma forma harmônica, tranqüila, sem sequer um incidente, o que, como eu já disse, aconteceu no dia 02, na Festa da Nossa Senhora dos Navegantes.

Para encerrar, peço que a nossa Santa Mãe verdadeira navegue pelo nosso Brasil, pelo nosso mundo afora. Que ela navegue também sempre presente aqui nesta Casa, para que nós tenhamos um ano harmônico, com muita paz, com muita tranqüilidade para todos nós, Vereadores e Vereadoras. Muito obrigado pela atenção de todos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dizer que, no decorrer da manhã de hoje, receberei uma equipe de funcionários da FASC, que vêm formalizar as denúncias que antecipei ontem aqui, já que havíamos conversado por telefone com esses funcionários: as perseguições, repito, que funcionários da FASC, especialmente do Ingá Brita, que tiveram a coragem de denunciar a direção do Instituto junto ao Ministério Público, estão sofrendo, Ver. Adeli Sell, foram todos afastados, todos removidos do Ingá Brita, todos perderam as suas horas-extras, e uma das funcionárias, que tem horário de universidade foi escalada para exatamente o mesmo horário - bondade, evidentemente, da Direção do Ingá Brita. Vamos conversar com esses funcionários.

Mas o que eu quero registrar, hoje, Sr. Presidente, está ocupando os jornais desde ontem, o noticiário, é a questão do aumento de tarifas do DMAE. Ao expectador que acompanha esta Sessão, à opinião pública, que talvez não tenha a obrigação de guardar na memória as coisas que acontecem na cidade - e o Ver. João Dib, parece-me, na época, não estava como Vereador, mas, evidentemente, havia uma Bancada do PPB, na época PDS, aqui na Casa -, eu queria lembrar que o Prefeito Alceu Collares e Diretor do DMAE, Dr. Petersen, haviam mandado a esta Casa um novo cálculo de tarifa de água. Havia uma tendência da Câmara de Vereadores a rejeitar o cálculo. Já era final do ano, e havia sido mostrado, claramente, pela Direção do DMAE, o risco da inadimplência do órgão. Na época eu representava a Bancada do Partido dos Trabalhadores, e com a assessoria busquei um cálculo alternativo que não fosse a pura e simples rejeição do projeto vindo do Executivo, mas que também não fosse o cálculo proposto pelo Executivo, que, no entendimento que se tinha na Casa, era prejudicial à população. A nossa assessoria conseguiu um cálculo intermediário, que, apresentado ao Dr. Petersen e ao Prefeito Collares foi, por eles, aprovado. É esse cálculo que vige na cidade de Porto Alegre desde 1987, para orgulho meu, uma das pequenas contribuições que se pôde dar a esta cidade. É evidente que um cálculo pode perder a atualidade, é evidente que políticas de preços podem mudar componentes de uma planilha para se chegar a um cálculo final de prestação de serviços. Portanto, não me estou colocando, a priori, contrário a um aumento de tarifa de água. Mas quero lembrar que, depois disso - e já se vão dezessete anos do mesmo cálculo de tarifa, o que mostra que ele foi eficiente, ele foi produtivo, porque senão já teria sido trocado -, ao longo desses anos, houve também uma nova modificação, um novo aporte de dinheiro ao DMAE: por projeto do Ver. Guilherme Barbosa, que já havia sido Diretor do DMAE, já então na administração do PT, se não me engano na Administração Tarso Genro, houve uma nova lei que trouxe ao DMAE o dinheiro relativo ao esgoto cloacal, com a institucionalização do sistema misto. E ainda do Ver. Guilherme Barbosa uma nova lei trouxe para o DMAE a possibilidade de cobrança de taxa de hidrômetro - aliás nem todos os prometidos foram instalados nesta Cidade, basta olhar. Criou-se a taxa de hidrômetro para que fossem colocados mais hidrômetros na Cidade, para que fossem revisados permanentemente os hidrômetros, para mantê-los em ordem na cidade. Duvido, duvido que se nós necessitarmos, para valer, de hidrômetros, nós os tenhamos em número suficiente e em funcionamento condizente. Seja lá como for, ao longo dos anos, o DMAE teve mais dois aportes significativos de valores para os seus orçamentos.

Eu entendo, portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que o Ver. Sebastião Melo, que preside, a partir de agora, a Comissão de Finanças, substituindo-me, com os demais Vereadores daquela Comissão, terão um primeiro desafio importante para esta Casa, que será o de nos orientar e buscar esmiuçar objetivamente os motivos pelos quais o DMAE pretende modificações ou na tarifa, pura e simplesmente, ou no cálculo da tarifa. Lembro-me de que, há mais ou menos dois anos, conversando com o Diretor do DMAE, ele já me falava na possibilidade de um novo cálculo. Não era apenas mudança de tarifa, era um novo cálculo de tarifa. Acho que esse vai ser o primeiro desafio da Comissão de Finanças, e tenho certeza de que o Ver. Sebastião Melo vai estar preparado para enfrentar esse desafio.

Em segundo lugar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, concluindo, espero que o Conselho Deliberativo do DMAE, que se reúne hoje, se não me engano, segundo os jornais, para decidir e que é representado pelas entidades das mais variadas, que representam a opinião pública, examine a questão, igualmente, com muito cuidado antes de dar o seu voto de “sim” ou de “não”. Não antecipo, vou repetir, a minha recusa em analisar a questão, mas quero dizer que o DMAE vai precisar de muito motivo, de motivo muito claro, muito transparente para buscar, aqui, os votos necessários para a aprovação de mais um tarifaço na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero tornar pública a postura do PC do B diante do nosso Presidente, José Fortunati, a quem visitamos nesta semana com o Presidente Municipal do PC do B, e com quem, no dia de ontem, junto com a representação da Bancada do PT, também tivemos uma produtiva conversa. O PC do B, evidentemente, manifestou, no episódio da eleição, a sua opinião crítica quanto ao descumprimento do acordo, no que se refere ao que lá estava estabelecido e que entendíamos ser um acerto entre os blocos patidários, tendo votado conforme o entendimento que tínhamos em relação ao acordo, que consideramos - com o resultado da votação do dia 30 de janeiro - desrespeitado. Mas, cumprida essa etapa, o PC do B entende que o episódio está superado e trabalhará nesta Casa pela governabilidade da Câmara Municipal de Porto Alegre e para que esta Casa continue se distinguindo como uma Casa de alto nível político, de debate acirrado, mas de respeito à pluralidade dos pontos de vista, como vem ocorrendo. Em segundo lugar, o PC do B trabalhará para que a essência do acordo - mesmo que rompido em uma questão fundamental, seja preservada e respeitada. E o que foi, no essencial, Ver. Dib, esse acordo que reuniu mais de vinte Vereadores desta Casa ao ser assinado? Foi o entendimento de que era preciso dar um novo rumo para a administração da Casa, rompendo alguns vícios que se acumulavam e se sucediam depois de anos de uma certa hegemonia permanente de determinadas correntes de opiniões na Casa; que, para isso, seria fundamental respeitar a pluralidade partidária e uma distribuição eqüitativa das responsabilidades, na condução da Casa, entre os trinta e três Vereadores. Parece-nos que isso - que foi o mote da condução da Casa no ano passado - deverá ser preservado, e o PC do B trabalhará nesse rumo. Da conversa que tivemos com o Presidente José Fortunati, saímos com a convicção de que esse também é o entendimento do Presidente desta Casa. Por fim, lutaremos também para que se mantenha uma relação de alto nível entre a Câmara Municipal e o Executivo Municipal de Porto Alegre, preservada a independência, a autonomia dos dois Poderes; para que se crie uma relação harmoniosa no sentido de que o melhor para a Cidade de Porto Alegre seja realizado. Isso posto, o PC do B trabalhará - e isso deixou claro -, nesse rumo, sem qualquer atitude preconcebida contra a Presidência ou Mesa desta Casa.

Segundo ponto que nós queríamos voltar a tratar: já no dia de ontem, manifestamos o nosso júbilo e a nossa satisfação com o grande papel jogado pelo II Fórum Social Mundial, realizado na cidade de Porto Alegre, e que será realizado em 2003, novamente, nesta Cidade. Parece-me que alguns Vereadores - talvez, por desconhecerem os mecanismos de como funcionou o II Fórum Social Mundial - tentam deslustrá-lo em função da atitude que um grupo de pessoas que cancelou o convite para a participação, durante esse Fórum, do Ver. José Fortunati, Presidente desta Casa, em um debate. Nós queríamos deixar claro - e o Ver. José Fortunati tem consciência disso, o que já nos manifestou, pessoalmente - que, em nenhum momento, a organização, os organizadores, as entidades que sustentam o Fórum Social Mundial, o Governo do Estado, a Prefeitura, as forças políticas que ali participam vetaram a participação do Ver. José Fortunati. Ele não era propriamente um convidado - assim como eu não fui - para as conferências da manhã, que era onde havia alguma incidência do Comitê Organizador no Fórum Social Mundial. O que alguns Vereadores talvez desconheçam é que o Fórum Social é um grande evento, em que milhares de organizações sociais, ONGs, entidades acadêmicas, e agentes políticos participam com autonomia e liberdade. Eu, pessoalmente, pelo CEDESP, tive a oportunidade de organizar um Seminário Internacional - “Guerra, terrorismo, ameaça à democracia” -, durante o qual tivemos três sessões realizadas na Fundação Federal Faculdade de Ciências Médicas de Porto Alegre, onde nós escolhemos todos os participantes, onde nós escolhemos o local e o horário. e comunicamos ao Fórum Social Mundial. Inclusive esta Câmara Municipal de Porto Alegre foi uma das quarenta entidades promotoras desse evento, e ali, por exemplo, não consultamos o Fórum em nenhum momento. Outras entidades organizaram outros eventos, e, para um deles, foi convidado o nosso Presidente José Fortunati, sendo que, a partir de determinado momento, decidiram desconvidá-lo, o que nos parece uma descortesia e um equívoco político. Mas, nada disso tem a ver com a organização do Fórum Social Mundial que, ao contrário, é tão plural que ocorrem problemas como o que ocorreu com o Ver. José Fortunati, que independem dos organizadores.

Eu chamo a atenção, inclusive, para o fato de que os organizadores do Fórum Social Mundial questionaram a Associação dos Docentes da UFRGS porque convidou um representante internacional das FARC para falar do Seminário - “Se é possível a paz na Colômbia.” -, sendo que, nesse Seminário, a Mesa foi coordenada por mim. Então, a Organização do Fórum não tem sequer a incidência de impedir algo com que não concorde. Por isso, repito – e o Ver. José Fortunati, Presidente desta Casa, tem claro isso – esse problema nada tem a ver e que não deslustra o Fórum Social Mundial. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Comunico que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, juntamente com a Associação das Escolas Carnavalescas, enviou a esta Casa quarenta credenciais para o camarote colocado à disposição da Câmara Municipal de Porto Alegre. Obviamente, nós temos de buscar um critério para que essas credenciais sejam distribuídas de uma forma equânime entre as Sr.as Vereadoras e os Srs. Vereadores. Já temos um problema, porque são quarenta credenciais, e nós sabemos que muito provavelmente as Sr.as Vereadoras e os Srs. Vereadores desejarão ir ao carnaval acompanhados da sua esposa, do seu esposo, da sua namorada, do seu namorado, enfim, o que, obviamente, dificultaria a pura e simples distribuição entre os trinta e três Vereadores em duas credenciais cada, porque nós, com isso, não teríamos espaço no camarote.

Em segundo lugar, é óbvio que nem todas as Sr.as Vereadoras e os Srs. Vereadores se encontram em Porto Alegre ou passarão o carnaval em Porto Alegre. Então, façam uma ponderação para que nós possamos buscar um critério que contemple as Sr.as e os Srs. Vereadores que estejam em Porto Alegre para que esses sejam aquinhoados com duas credenciais. Primeiro, nós daríamos prioridade aos Vereadores que estão em Porto Alegre, que desejam ir ao carnaval, para que depois nós pudéssemos então contemplar os gabinetes restantes, porque, caso contrário - isso já aconteceu anos anteriores, eu me recordo quando era Vice-Prefeito -, alguns Vereadores poderão ser prejudicados em detrimento de assessorias desta Câmara, e esta Presidência não deseja, obviamente, que qualquer Vereador não tenha acesso ao camarote colocado à disposição da Câmara de Vereadores, em detrimento de assessores. Nós queremos privilegiar os Srs. e as Sr.as Vereadoras com a credencial ao Vereador, à Vereadora e ao acompanhante que este Vereador ou esta Vereadora assim o desejar. Estou comunicando também que existem vinte credenciais para estacionamento nas noites de carnaval. Isso para um único veículo de cada Vereador que terá livre acesso ao estacionamento do Centro Administrativo do Estado, que fica ao largo da pista de eventos da cidade de Porto Alegre. Estou fazendo esta comunicação a Casa para que nós possamos buscar uma solução ainda no transcorrer desta Reunião.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, colegas Vereadores, colegas Vereadoras. Eu quero, neste curto espaço de tempo, recolocar aqui um debate atual que é a questão do Fórum Social Mundial. Primeiro, aqueles que conhecem a nossa trajetória, a nossa luta, que não vem de hoje nem de ontem, sabem das nossas identificações com as lutas populares, com as causas sociais e com a defesa intransigente da democracia, da transparência dos atos públicos. Portanto, deste Vereador, ninguém nunca ouviu nesta Casa ou em qualquer espaço público, nos meios de comunicação ou em um debate interno de que ele seja contra o Fórum Social; pelo contrário, acho que é um instrumento que contribui muito para o debate de políticas públicas outras, fazendo um contraponto do mundo atual.

Agora, quando este Vereador buscou na Justiça, através de uma ação cautelar, a exibição dos documentos e o fez pela sonegação que a Prefeitura, reiteradas vezes, faz a esta Casa ao não responder aos pedidos de informações, ele o fez esteado naquilo que é mais sagrado no mandato popular, qual seja: o exercício fiscalizatório. O povo de Porto Alegre, Ver. Ervino Besson, reiteradamente vem escolhendo uma corrente política para governar esta cidade; mas, neste último pleito, de forma inteligente, ele continuou com a corrente do Executivo, mas delegou a esta Casa uma maioria esmagadora de oposição. O que o povo quis dizer com isso? “Sejam mais fiscalizadores, fiscalizem melhor”. E é o que nós estamos fazendo. Então, quando vejo o meu querido Ver. Adeli Sell, por quem tenho um grande respeito, dizer: “Não, mas o Ver. Sebastião Melo é da direita, ele desqualifica o Fórum.” Isso é desqualificar o debate e não enfrentar, Ver. João Dib, que a Prefeitura não é transparente, não é séria, em muitas coisas. Uma Prefeitura que é transparente não pode deixar de mandar o balanço da EPTC, da Carris, da PROCEMPA, para esta Casa. Uma Prefeitura que é transparente e que hoje, desde 1996, essas contas não são aprovadas aqui nesta Casa e é uma questão que vamos ter de ver na nossa Comissão, Ver. João Dib. Nós vamos continuar nesse diapasão! E não há autorização legal para os gastos com o Fórum Social, Presidente. Ele mandou quatro mil documentos, dois mil documentos e desrespeito o Judiciário - já desrespeita a Câmara de Vereadores - porque não ordenou as despesas. Chegou ao disparate de autoritarismo desse Procurador-Geral do Município que vem aqui se imiscuir em coisas da Câmara, de dizer lá, na sua contestação, Ver. João Dib. “Segundo os dados constantes da inicial, os gastos do Município seriam elevadíssimos, sobretudo em comparação com outros gastos citados.” No regime das comparações, é bom lembrar: todo o gasto pode ser tido como elevado ou desmesurado. Se, por exemplo, dividirmos o subsídio de um Vereador pelo custo do litro de leite e esse for distribuído à população carente, seguramente seríamos tentados a afirmar que o subsídio em questão é elevado. Mas querem acabar com o mandato de Vereador agora! A linha (retirada expressão do texto) que não aceita a fiscalização...! Pois eu quero avisar aos navegantes: nós vamos continuar, nós vamos continuar, porque se eu tivesse de fazer uma opção de propor leis e fiscalizar, eu ficaria com a fiscalização.

E aí, Ver. Antonio Hohlfeldt, V.Ex.ª tem razão, e vou propor aqui desta tribuna, Ver. Adeli Sell: se esta matéria vier para a Câmara, que, na Comissão de Finanças, a primeira questão seja uma audiência pública com todas as entidades, com a população e com as representações, para debatermos o tarifaço da água de 18% na taxa d’água e do esgoto, e de 15% nas taxas complementares. O povo não agüenta mais pagar taxas e impostos, mas saiba o povo de Porto Alegre que vem 18% de aumento na passagem de ônibus! É tarifaço duplo, porque vem, de um lado, a água, o esgoto, e, de outro lado, vem o tarifaço dos ônibus. A gasolina baixa, mas a aliança da Prefeitura com o transporte coletivo é tão perfeita, é tão articulada, que eu tenho certeza de que, talvez, nesta madrugada, no calar da madrugada, se já tiver no Conselho Municipal, eles já vão aprovar e já vão publicar no Diário Oficial em rodagem especial, porque têm uma relação muito articulada com o setor de transporte coletivo. Por isso não é o tarifaço único, Ver. Antonio Hohlfeldt, é o duplo tarifaço, porque, de um lado, aumentam o ônibus, de outro lado, aumentam a água e o esgoto.

Por isso nós, Vereadores desta cidade, não podemos, de maneira alguma, em nome da população, deixar que aumentem mais taxas e mais impostos nesta cidade. Um grande e fraterno abraço. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, solicito ao Ver. Sebastião Melo que retire a palavra “stalinista” do seu discurso. Como uma das partes do debate foi conosco, queremos dizer que nós sempre fomos, continuamos e continuaremos sendo combatentes anti-stalinistas. Penso que foi uma palavra usada indevidamente, porque essa é uma palavra pesada demais.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Fica o apelo ao Ver. Sebastião Melo para que reconsidere; mas, naturalmente, isso fica a cargo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Com muita honra eu retiro a palavra “stalinista” e a substituo por “fascista”.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Na verdade, nós não vamos, agora, abrir o debate, porque nós, naturalmente, a partir das manifestações, só acabaremos “entornando o caldo” desta Reunião. Na verdade, fica muito claro que esta é uma posição do Ver. Sebastião Melo, e isso deve ser tratado com o Ver. Sebastião Melo da forma política que merece.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se não me engano, o fundamento é o art. 218 do Regimento e isto precisa ser esclarecido: a partir do momento em que o Vereador retirou a expressão “stalinista” e colocou a palavra “fascista”, essa é uma expressão difamatória em relação ao nosso Partido, a nossa posição. Estou fazendo uma intervenção com fundamento no Regimento, e ele determina que esse tipo de postura não pode acontecer. Portanto, indago à Mesa se ela aceita essa retirada da expressão “stalinista”, sendo colocada em seu lugar a palavra “fascista”, pois o nosso pedido é no sentido de que ambas sejam retiradas. O Vereador pode até manter a expressão “stalinista” e assumir a crítica política. Agora, quanto à “fascista”, eu acho que a própria Mesa, Sr. Presidente, respeitosamente, estou falando com fundamento no Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Juarez Pinheiro, esta Presidência solicitará a análise devida sobre o termo e dará uma resposta logo a seguir.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero deixar muito claro que eu não fiz qualquer ofensa pessoal a qualquer Vereador. Eu atribui essa expressão a uma atitude do Partido ao qual pertence o Ver. Adeli Sell e o Ver. Juarez Pinheiro. Portanto, eu não estou fazendo nenhuma acusação pessoal a esses dois Vereadores ou a quem quer que seja; eu estou dizendo ao Partido e reitero aquilo que disse, ou seja: quando o Procurador-Geral do Município vem com esse tipo de...

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Sebastião Melo, nós não estamos fazendo o debate. O que esta Mesa indaga é: qual a expressão que o Vereador mantém no discurso? Substitui a palavra “stalinista” por “fascista” ou mantém a palavra “stalinista”? É esta a indagação que esta Presidência faz para que nós possamos, aí, sim, em cima da Questão de Ordem feita pelo Ver. Juarez Pinheiro, darmos as tratativas devidas.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, em nome do diálogo que sempre estabelecemos, este Vereador não tem nenhuma dificuldade em retirar as duas expressões, seja a de “fascista” ou a de “stalinista”, e queremos dizer que esta é uma posição reacionária que parte de um membro do Governo ao atacar um Vereador que tenta fazer uma fiscalização diária no exercício do seu mandato.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Esta Presidência agradece a colaboração do Ver. Sebastião Melo. Encerrado o período de Comunicação de Líder.

Não havendo quórum necessário para que sejam votadas as proposições, encerro a presente Reunião Ordinária. Convoco os Srs. Vereadores para a próxima Reunião Ordinária na quinta-feira da próxima semana, a partir das 9h30min. Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 10h28min.)

 

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